Rua Caio Mario

26.12.06

11 de abril de 1990

Um dia lembrei que
tinha sonhado que
lembrava de uma
coisa que de fato
tinha acontecido.

(e que vai acontecer de novo em breve)

20.12.06

Montmartre

Hoje o sol se pôs em Montmartre sem nenhuma necessidade de photoshop. O dia foi lindo e eu me incluí entre os mil turistas japoneses que preferem fotografar as coisas a vivê-las. Assim que vi esse espetáculo, logo me juntei aos japas e tirei umas 557 fotos do sol se pondo laranja, derretendo no horizonte.
O pôr-do-sol estava tão espetacular que venceu até o mau-humor proverbial dos franceses. Esbarrei em uma senhora e ela abriu um sorriso enorme, extasiada. Os velhos de bigode e Le Figaro debaixo do braço paravam para ver aquela banda passar, silenciosa. Eu, na ânsia de compartilhar aquilo com alguém (estava sozinho), tirei as tais 557 fotos.
Mas quem disse que fotografar as coisas é não vivê-las?

12.12.06

A gloriosa

(clique na foto para aumentar)
O time da Nova-Zelândia, em sua primeira formação (1993), com a qual, reza a lenda, jamais ganhou um jogo: Gregorio Duvivier, Brunô (sumiu do mapa), Rodrigo Rodriguez-Arnaiz, João Pessanha, Philippe Drevon (que deus o tenha) e, no gol, Mathias França.
À direita na foto, sim, ele mesmo. O sorriso inconfundível de Bruno Nadkarni, capitão da Papua.

9.12.06

areia (sobre tema de cacaso)

Todo dia vivido é um monte de areia
que juntamos ao tanto de areia anterior-
mente juntado e nesse amontoado de
vivências arenosas vamos nos formando
em montanha de dias vividos: Areia.

8.12.06

naná



como o sol a pino, você
me abriu os poros e deixou entrar
os raios UV e a água gelada
que até hoje burbulham em minhas
veias. Catharina, você
é ultra-violeta.

6.12.06

sobre como construir janelas

Erguer antes de tudo, uma parede -
a parede no caso é importantíssima
pois as janelas só existem sobre
paredes, as janelas sobre nada

são também nada e não são sequer vistas.
Em seguida quebrá-la até fazer
um buraco bem grande, não maior
que a parede, pois precisamos vê-lo,

nem menor que seus braços – as janelas
sobre as quais não se pode debruçar
não são janelas, são buracos. Pronto.

Ou quase. Agora basta construir
um mundo do outro lado da parede
e observá-lo, através: emoldurado.

5.12.06

esperar, esperar: esperar


Esperar: esperar sem
qualquer esperança. Ana,
eu te espero como quem
espera o um-cinco-oito
Central-Gávea passar na
praia de Copacabana.

...

3.12.06

la chair est triste


a Cher é triste, hélas
e eu ainda não li porra nenhuma:
por aqui, os pombos gorjeiam
muito mais que os sabiás
os daffodils já se foderam
e essas estrelas de-cadentes
não querem conversa; só fazem
brilhar uma luz fria de hospital