Rua Caio Mario

6.12.06

sobre como construir janelas

Erguer antes de tudo, uma parede -
a parede no caso é importantíssima
pois as janelas só existem sobre
paredes, as janelas sobre nada

são também nada e não são sequer vistas.
Em seguida quebrá-la até fazer
um buraco bem grande, não maior
que a parede, pois precisamos vê-lo,

nem menor que seus braços – as janelas
sobre as quais não se pode debruçar
não são janelas, são buracos. Pronto.

Ou quase. Agora basta construir
um mundo do outro lado da parede
e observá-lo, através: emoldurado.

7 comentários:

Clara Mellac disse...

Gosto da idéia de vc fazer a janela antes e o mundo depois, pq aí vc escolhe o que quer dentro do enquadramento.
Mas esse é o comentário mais idiota de todos pq é exatamente isso que vc quis dizer.
To com sono. E sóbria, Depois de uma cacofonia devassa sem fim.
Logo, a culpa não é minha
:)
Beijos!

Thaís Z disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Thaís Z disse...

Isso me lembrou a parte do "Janela da Alma" que o Win Wenders fala de como ele se sente estranho sem os óculos. Porque ele foi acostumado a ver o mundo emoldurado pelas lentes, aí quando tira os óculos fica perdido, sempre acha que está vendo demais, sente falta do enquadramento...

Beijos!

Anônimo disse...

inspirador.

Alice Sant'Anna disse...

eu com os retratos e vc com as receitas! lembrei daquela sobre como fazer um dálmata ou uma vaca.

isso aí tá muito bom!

Maviton disse...

Janelas... é sempre bom escrever sobre janelas, eu particularmente, escrevi(o) inúmeros poemas incluído "janelas" no meio. Janelas, sempre vejo como algo novo, como algo que você se apoiará nos cutuvelos e poderá olhar afora, tudo o que está ali pra ser descoberto. Gostei do poema.

Anônimo disse...

hehehehe, Companhia de Engenharia e Tráfego: CET. Briagada pela visita. Seu texto é muito bom.