Rua Caio Mario

30.6.07

R.I.P.

quando não há mais qualquer coisa após
o que vivemos juntos, a não ser
o fim, com a tragédia de sabermos
o fim, e a certeza da dor, atroz

quando você e eu não é mais nós
quando nós já não podem desatar-se
quando chorar-se não é mais catarse
e de berrar já se perdeu a voz

por mais que doa e que nos caia o céu
sobre os olhos abertos e os meus
rasguem-se de dor e feito papel

chovam corpos picados, aos seus,
por amor mesmo, e para ser fiel,
é preciso saber dizer adeus.

2 comentários:

Catharina Wrede disse...

Nossa. De tirar o fôlego de tão triste e lindo.

Alice Sant'Anna disse...

obrigada pelo toque! tinha artigo mesmo, eu é que sou distraída.

que poema triste e muito bonito.
beijo