Rua Caio Mario

27.12.07

Sobre construir janelas

Erguer antes de tudo uma parede –
a parede no caso é importantíssima,
pois as janelas só existem sobre
paredes, as janelas sobre nada

são também nada e não são sequer vistas.
Em seguida quebrá-la até fazer
nela um grande buraco, não maior
que a parede, pois precisamos vê-la,

nem menor que seus braços – as janelas
sobre as quais não se pode debruçar
não são janelas, são buracos. Pronto.

Ou quase: agora basta construir
um mundo do outro lado da parede,
para que possas vê-lo, emoldurado.

7 comentários:

Constanza disse...

adoro esse!

Catharina Wrede disse...

amor, vc já tinha publicado esse aqui no blog, não?

É ótimo!

Anônimo disse...

Gosto bastante deste seu soneto, aliás eu já te falei isto pessoalmente algumas tantas vezes.

Só me responde uma coisa pq a imagem "de quinta" em cima do poema?!

Anônimo disse...

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Domingos Guimaraens disse...

Fala Gregório! Neste mundo virtuosi dos brogue!

Abração!

MAÌRA DVOREK disse...

deu saudade!
bjssssssss

Unknown disse...

ué, apagou??