Rua Caio Mario

27.11.06

abrir o olho de cada prédio:
ouvir o grito das poças e o
choro dos postes. dar a ver
a cada carro sua consciência
de carro, adormecida. viver
um pouco como viveria um
meio-fio, um caco de vidro,
uma placa de trânsito e ser
um pouco como eles, nem
que seja por uma fração de
segundo. deixa-los habitar
sua alma e passar a ser um
pouco sinal vermelho, um
pouco pedestre, um pouco
fusca que perde o freio e se espatifa em um muro qualquer.

4 comentários:

Thaís Z disse...

Poesia concreta, literalmente sobre concreto! Muito bom. Olhar a cidade de uma forma diferente, sentir a cidade. Eu hoje tô me sentindo um pouco o fusca espatifado. Deve ser pq é segunda-feira, postei um texto sobre isso agora a pouco.

Beijos!

Clara Mellac disse...

Puxa, mas todo mundo fica deprê na segunda?

Outono disse...

Amo todos os seus textos!
Não queria botar meu endereço aqui pq sei que vc nao vai gostar, mas eu preciso comentar ahah!
Beijos
babi

Catharina Wrede disse...

Estamos bem concretos hoje, hein?! Ainda que o meu texto seja uma piada e nem possa ser chamado de texto.
Adorei esse aqui.

E vc sabe fazer o M. Me desmontou agora. Snif...